quinta-feira, 10 de setembro de 2015

“TUDO COMO DANTES NO QUARTEL DE ABRANTES” – ADÁGIO OU AFORISMO CASTRENSE

Joilson Gouveia*

Um periódico cibernético caeté noticiou que o governo estadual sancionou lei majorando os vencimentos, subsídios, salários ou remunerações dos servidores ativos e inativos da Administração Direta Estadual, dentre os quais os castrenses estaduais das duas corporações e, também, aos servidores da Educação, notadamente aos professores. “Deu um aumento”?
Há, ao que se depreende do noticiado, uma certa euforia sobre a bonomia magnânima de alguém que tem o Dever-Poder de respeitar e de cumprir e de fazer cumprir às Leis e Constituições Federal e Estadual, que preveem REAJUSTES LEGAIS ANUAIS nos mesmos índices e mesmas datas e, sobretudo, acima dos índices inflacionários oficiais do governo, para servidores civis e militares ativos e inativos ou aposentados, cujos índices foram substituídos, pela imposição do desgoverno substituído pelo atual, numa amolgável, arbitrária e infensa legalidade, para DAR ou DOAR ao seu livre talante, arbítrio, alvedrio e bem-querer o óbolo que desejar, aprouver ou convier, como se fora o suserano soberano senhor feudal generoso, bondoso, samaritano e magnânimo e por demais nada justo ao AUMENTAR aquém dos nossos devidos, justos, legais e constitucionais direitos aos reajustes anuais e, ainda assim, há quem comemore, festeje e agradeça como sendo um grande feito.
A Inflação atual beira aos 10% a/m, os “aumentos” anunciados – parcelados ou fatiados ou em ínfimas doses homeopáticas - que já estão e são por demais defasados e atrasados, porquanto deveriam ser anuais – ou seja, a cada ano e todo ano - conforme preceitos legais e ditames constitucionais, são “negociados” mediante acordos espúrios, escusos e contra legem ou mesmo fora ou aquém das margens legais previstas, em conluios com as associações, que aceitam as migalhas do óbolo concedido e todos ficam alegres, contentes e felizes – devo estar sendo mais que um velho ranzinza, rabugento, ingrato e descontente com tantas bazófias ou falácias de perorações inverídicas e sem espeque legal, conforme a bondade bondosa e jocosa de “jovens negociadores” que vibram com os ”aumentos” – será que sou um ingrato, mal-humorado e mal-agradecido? Ou seria um rebelde sem causa, afinal para que Lei e Constituição?
As vezes preferiria desconhecer certos direitos, leis, constituições e seus dispositivos, premissas, princípios, preceitos e ditames legais que de nada servem ou somente servem para serem desrespeitados, descumpridos e desobedecidos por quem, em reuniões ou mesmo ato solene de posse e em pomposa solenidade, promete, assegura e garante e até jura os respeitar e cumprir e fazer cumprir, mas prefere GRATIFICAR, DAR ou DOAR tal qual um senhor suserano soberano do feudo caetés.
É assim e tem sido assim e, pelo andar da carruagem, assim será, ao que se nos antolha, nas plagas caetés, desde muito antes de sua “emancipação” que continua nas mesmas mãos, “está tudo como dantes no quartel de Abrantes”.
Enfim, ao ensejo, urge indagar: quando; como; quem; quanto e qual Poder nos quitará nossos olvidados, esquecidos e desprezados PRECATÓRIOS, que o Estado de Alagoas e seus governos nos devem a todos os castrenses estaduais, mormente aos que pugnaram por eles em Ação Judicial, que sequer se anuncia sua quitação aos velhos da reserva, reformados, inativos, viúvas e pensionistas, que amargam, adoecem, sofrem e morrem – muitos já morreram e nem receberam - sem receber seus DIREITOS? Somos credores sem créditos!? Onde foi parar o precatório do pessoal da briosa? – sei que muitos receberam sem sequer estarem no rol dos que pugnaram; coisas das “alagoas”! –, no entanto, outros sequer viram sua cor, forma, valor, quantum ou montante!
Abr
*JG

P.S.: Qual o índice tomado, para o AUMENTO: IPCA; Inflação Oficial ou o humor do suserano? Qual o montante gasto pelo Estado, para sustentar aos aparelhados comissionados nos incontáveis Conselhos?

2 comentários: