sexta-feira, 29 de novembro de 2013

De novo esse tema: UNIFICAÇÃO!*

Joilson Gouveia*
Certamente que se assevera, inteligentemente, que "Não sei se vai melhorar" (Sic.), mas se nutre uma esperança pelo desconhecido, para não dizer incerto. Tudo bem, "gustibus et coloribus non se disputatus" - Gosto e cor não se discute! Nem se deve discutir o sexo dos anjos!
Em verdade, nossa atividade nada deve ter com o militarismo conquanto e enquanto polícias (alcunhadas de militares), mas a panacéia zulaiesca da unificação em nada modifica ou modificará ao status quo, haja vista que UNIDAS terão segmentos fardados para fazer o que já se faz: polícia ostensiva, essencialmente fardada ou uniformizada, sob pena de não sê-la; um outro segmento à paisana para se tentar fazer aquilo que não se faz: investigações técnico-científica, criminal e inteligente, bem como a captura, prisão e cumprimento de mandados de prisão e ordens judiciais, e de processos que dormitam nas prateleiras e escrivaninhas das delegacias e do judiciário lento, elitista e esnobe desse imenso e pobre País.
Doutro lado, de certo modo, desmilitarizar e cortar vínculos com as eficientes e eficazes forças armadas é avanço considerado, convenhamos. Mas unificar com um segmento do jaez de uma categoria historicamente sempre avessa ao dever ético de bem prestar serviços (salvo raríssimas exceções) à comunidade sem cobrar um "por fora" - vejam que muitos policiais civis detêm um patrimônio de causar espécie, malgrado seus parcos e irrisórios salários. Como conseguem isso?
Ademais, muito se alardeou que deveria haver uma UNIFICAÇÃO do piso salarial das polícias, no entanto...
Ignoram muitos colegas que os PC não juntam os cascos para falarem aos seus chefes, até que é verdade. Mas nem por isso são respeitados como deveriam ser pelos seus dignos chefes ou "delegas", ou serão?estes, em sua imensa maioria, os têm como escória, ou não! Coisa impossível de se ver na briosa enquanto oficiais e praças haja vista que o dever de cumprimento é bilateral, recíproco e mútuo, ou não!?
Se a questão da segurança pública nesse País passasse apenas pela unificação até que seríamos acordes com ela, afinal independerá de quem a comande se for melhorar a segurança da população e, principalmente, dos seus bravos policiais. Todavia, certamente, não é apenas e só isso...
Aliás, reafirmo que de nada adiantará modificar nomenclaturas e/ou uniformes ou formas de emprego e de ação, mormente enquanto nossas imensas fronteiras, centenas de portos, aeroportos e campos de pousos desguarnecidos, desprotegidos, e porque não dizer despoliciados e sem fiscalização alguma e, sobretudo, nossa imensurável costa continental estiverem à mercê dos mesmos tenazes, persistentes e sorrateiros contrabandistas, narcotraficantes, traficantes de armas e uns ditos cidadãos detiverem mais privilégios e prerrogativas que os demais comuns mortais, ou não!?
Digo mais: enquanto a im(P)unidade campear galopante e ilimitada nessa Nação a UNIFICAÇÃO nunca será a solução!
Todavia, nosso país tem dimensões continentais e nem sempre o que é bom para uma certa região o é para outra, pois nem todos gostam de vatapá ou pato no tucupi, ou não?
Se estão querendo fundi-las, por que não as federalizam e as tornam todas numa única polícia nacional? Já que se alardeia tanto que a unificação é a solução. Se a unificação é solução, então sejamos unos, únicos e indivisíveis numa única força policial nacional, de norte a sul e de leste a oeste, para que possamos guarnecer nossas infindáveis fronteiras e imenso litoral e infinito espaço aéreo.
Aliás, querem unificar tudo menos nossos parcos e irrisórios salários, ou não? E tudo isso começou depois do caso da linha 174, no RJ. Essa unificação é fruto de um pernejamento elaborado por pessoas alheias ao mister segurança pública, lembram?
Entrementes, ao meu ver, a solução é criar mais e mais polícias, à guisa de sugestão e exemplificação: portuária; alfandegária; aduaneira e/ou fiscal e financeira; bancária; carcerária, presidiária ou penitenciária, para as cadeias, presídios e penitenciárias desse imenso Brasil, seja federal ou estadual; dos correios; metroviária; ferroviária; marítima, litorânea e/ou costeira; hidroviária, fluvial e lacustre e, também, das hidrelétricas e usinas de energia; aeroportuária; de fronteiras – em cada estado-membro com limite internacional; ecológica e/ou ambiental, sanitária e de saúde pública; legislativa – nas três esferas; judiciária, técnico-investigativa pericial (laboratorial, legal e científica) etc. Ou não?
Abraços.
Joilson Gouveia Cel PMAL
*Escrito em 24JUL2003 e reescrito 01ABR2005, EDITADO HOJE – a coisa é cíclica e teimosa, recalcitrante, tenaz e insistentemente desgastante ou abusiva - “eles não desistem nunca” - cambada de vermelhos petralhistas!

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